Voyager-1 atinge região desconhecida


A sonda espacial Voyager-1, lançada em 5 de setembro de 1972, inicialmente com destino a Júpiter e Saturno atingiu uma nova região a 119 unidades astronômicas (17,8 bilhões de km) do Sol, com características diferentes das registradas na porção mais interna do Sistema Solar. Na região de estagnação (stagnation region) como essa área foi batizada o fluxo de partículas emitidas pelo Sol é sensivelmente mais fraco e sofre efeito do espaço interestelar, ainda que a nave se mantenha na área de influência dinâmica dominante do Sol. A distância que separa a nave da fronteira do Sol com a de outras estrelas vizinhas ainda permanece desconhecida. Segundo informações do controle da missão, no Jet Propulsion Laboratory, em Pasadena, na California, as condições comparadas entre o ano passado e agora sugerem que a pequena Voyager-1 entrou numa espécie de “purgatório” com alterações tanto no fluxo de partículas carregadas liberadas pelo Sol, o vento solar, como no campo magnético do Sol, enquanto partículas de origem extrassolar tem se intensificado. A nave, segundo o controle do voo, está sofrendo uma espécie de pressão externa, algo que ocorreu também com as Pioneers-10 e 11 e que ficou conhecida como “anomalia Pioneer”. Investigações recentes descartam a desaceleração do deslocamento das Pioneers como de origem gravitacional.
Então, o que explica essa desaceleração?
Os dados disponíveis não permitem estimar exatamente quando a Voyager-1 cruzará a fronteira entre os domínios do Sol para o espaço interestelar, mas o controle de voo em Pasadena estima que isso deverá ocorrer entre alguns meses e uns poucos anos. A velocidade do vento solar, de acordo com registros da sonda, havia sofrido uma redução radical em abril de 2010 sugerindo que a Voyager-1 penetrava um novo território nos limites do Sistema Solar. O controle do voo girou a nave várias vezes durante a primavera e o verão do hemisfério norte num esforço para avaliar essas alterações na velocidade do vento solar. No ano passado os instrumentos de bordo também detectaram variações na intensidade do campo magnético solar na região de estagnação sugerindo a pressão de campos magnéticos externos ao Sistema Solar. As gêmeas Voyager-1 e 2 inicialmente deveriam visitar Júpiter e Saturno e o controle de voo temeu pela integridade delas especialmente na travessia do cinturão de asteróides entre Marte e Júpiter. As naves, no entanto, sobreviveram e, submetidas a uma compactação de dados feita à distância, chegaram a esses dois planetas mais “inteligentes” que quando deixaram a Terra. Essa operação configurou o que o astrônomo americano Carl Sagan (1934-1996) chamou de “triunfo das Voyagers”. Numa manobra já nas vizinhanças de Saturno a Voyager-2 teve sua rota alterada e passou por Urano e Netuno que nunca haviam sido visitados antes.
O único planeta que ficou fora de rota das Voyagers foi Plutão, agora rebaixado para a categoria de planeta-anão. Uma missão especial foi destacada para Plutão, a News Horizons, prevista para chegar ao destino em 2015. A News Horizons deve ampliar o conhecimento do cinturão de asteróides que envolve o Sistema Solar de que Plutão, o antigo planeta, agora é parte.Fonte: http://blogdasciam.blog.uol.com.br/

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