NASA captura gigante vermelha sendo completamente rasgada por enorme buraco negro


Os buracos negros superpoderosos espreitam no centro de quase todas as galáxias, com massa bilhões de vezes a do nosso Sol – e a NASA acaba de avistar uma espécie de alimentação desses buracos negros.


Uma estrela gigante que vagou muito próxima do centro de uma galáxia a 2,7 bilhões de anos-luz de distância foi puxada pela enorme gravidade do buraco negro – desfiando-a. É a primeira vez que um observatório capta uma estrela conhecida sendo rasgada dessa forma.

Os buracos negros superpoderosos, pesando milhões e até bilhões de vezes mais que o Sol, se escondem nos centros da maioria das galáxias. Esses monstros pesados ficam em silêncio até que uma vítima inocente, tal como uma estrela, passeie perto o suficiente para ser rasgada por sua poderosa gravidade.

Usando vários telescópios terrestres espaciais, uma equipe de astrônomos liderada por Suvi Gezari da Johns Hopkins University, identificou a vítima como uma estrela rica em gás hélio.

“Quando a estrela é dilacerada pela força da gravidade do buraco negro, uma parte dos restos da estrela cai no buraco, enquanto o reto é ejetado a altas velocidades”, disse Gezari. “Estamos vendo o brilho de um gás estelar cair no buraco negro ao longo do tempo. Também estamos testemunhando a assinatura espectral do gás ejetado, o que achamos ser principalmente gás hélio”.

“É como se estivéssemos recolhendo evidências da cena de um crime. Como há muito pouco hidrogênio e hélio na maior parte do gás, nós detectamos que a estrela destruída tinha que ter tido um núcleo rico em hélio de uma estrela despojada.”

Essa observação dá preparações sobre o ambiente hostil em torno de buracos negros e os tipos de estrelas que circulavam ao seu redor. Não é a primeira vez que isto ocorre com uma estrela.

A equipe acredita que o envelope da estrela cheio de hidrogênio que envolve o núcleo foi sugado há muito tempo pelo mesmo buraco negro. Depois de consumir mais hidrogênio que possuía, a estrela provavelmente inflou, aumentando seu tamanho, tornando-se uma gigante vermelha.

Os astrônomos acreditam que a estrela inchada em torno do buraco negro tem órbita altamente elíptica, semelhante à órbita alongada de um cometa em torno do Sol. Em uma de suas aproximações, a estrela foi despojada de sua ‘atmosfera’ inchada pela poderosa força da gravidade do buraco negro.



Estas imagens, capturadas com o Galaxy Evolution Explorer, da NASA e do telescópio Pan-STARRS1 no Havaí, mostram um brilho dentro de uma galáxia causado pelo reflexo de seu núcleo. A seta em cada imagem aponta para a galáxia. O ‘crescimento’ de brilho é uma assinatura da trituração (pelo buraco negro) de uma estrela que vagou muito próxima à galáxia central. Foto: Reprodução/NASAAstrônomos preveem despojo do círculo estelar do buraco negro da nossa galáxia, a Via Láctea. Estes encontros são raros, ocorrendo a cada aproximadamente 100.000 anos.

Para encontrar este evento, a equipe de Gezari acompanhou centenas de milhares de galáxias em luz ultravioleta do Galaxy Evolution Explorer, e em luz visível com o Pan-STARR1 e Pan-STARRS. O Telescópio de PesquisaPanorâmica e Sistema de Resposta Rápida varre o céu por toda a noite para encontrar indícios de notícias como essa.

A equipe estava à procura de um surto brilhante na luz ultravioleta, a partir núcleo de uma galáxia com um buraco negro anteriormente adormecido. Ambos os telescópios avistaram uma em junho de 2012.

Astrônomos continuam a acompanhar como o surto chegou a um brilho máximo em um mês e depois lentamente desapareceu durante os 12 meses seguintes.

O eventual brilho era semelhante à energia explosiva desencadeada por uma estrela supernova, mas o aumento do pico era muito mais lento.

“Quanto mais tempo o evento durava, mais animados ficávamos, porque percebemos que aquilo ou era uma estrela bastante nova muito incomum ou um tipo totalmente diferente de evento, como uma estrela que está sendo rasgada por um buraco negro”, disse o membro da equipe Armin Resto do Space Telescope Science Institute em Baltimore.

Ao medir o aumento do brilho, os astrônomos calcularam a massa do buraco negro como sendo vários milhões de sóis, o que é comparável ao tamanho do buraco negro da nossa Via Láctea.

Observações espectroscópicas com o medidor Multiple Meter Telescope Observatory localizado no Arizona, mostrou que o buraco negro estava engolindo muito hélio. Espectroscopia divide a luz em cores do arco-íris, que apontam características de um objeto, como sua temperatura e composição gasosa.

Para excluir totalmente a possibilidade de um núcleo ativo queimar-se na galáxia, a equipe usou o Chandra X-ray Observatory para estudar o gás quente. Chandra mostrou que as características do gás não coincidem com as do núcleo ativo galáctico.

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